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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Mudanças...


Ele chegou de mansinho. 
Ela não queria confusões na sua vida. 
Ele disse-lhe várias vezes que deviam isso um ao outro... 
O poderem olharem-se nos olhos e com isso fazerem o que entendessem.
Ela fugiu várias vezes. 
Ele ficou em cada uma delas. 
Ela inventou desculpas para isso não acontecer. 
Ele tentou mostrar-lhe o caminho de todas as vezes.
Ela procurava razões para não o fazer. 
Ele procurava precisamente o contrário... 
Que todas as razões eram mais do que válidas para que acontecesse.
Ele sabia exactamente o que dizer. 
Ela sentia-se tranquila. 
Ele transmitia uma segurança da qual ela já não se lembrava.
Ela tinha medo. 
Ele também, mas isso não o assustou. 
Ele disse que a deixaria seguir a sua vida. 
Ela voltou atrás.
Viram-se. Tocaram-se. Abraçaram-se...
E nunca mais se largaram.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Penso demais... eu sei...



Queria pensar menos. Queria não me preocupar tanto. Gostava de não antecipar tudo. Queria chegar e viver. Houve tempos que era assim. Deixava para pensar depois. Levava a vida de uma forma despreocupada e o que quer que fosse acontecer, eu ia saber resolver... Mal ou bem, mas ia. E vivia.
Hoje não. Hoje penso em tudo. As coisas ainda não aconteceram e eu já me coloco no "futuro", como se soubesse exactamente que já tinha previsto aquilo, como se soubesse exactamente o que fazer quando a situação chegasse. Mas não sei. E continuo a pensar demasiado e sinto que perco grandes momentos na vida, porque em vez de estar a vivê-los, estou a pensar como será o que ainda não vivi.
Ridículo! Eu sei. Mas não tenho conseguido evitar. Penso em mim. Penso nos outros. Volto a pensar nos outros e volto a mim outra vez. E não vivi. Pensei como gostaria de ter vivido determinado momento. Dou por mim até a pensar no que gostaria, ou não, de sentir. Como se fosse possível controlar o que sentimos. Sejam sensações ou sentimentos.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Balanços...



Não tenho o costume de fazer balanços de fim de ano. Nem tampouco resoluções de novo ano. Acredito que todos os dias são novas oportunidades. Acredito em mudanças, não por aquilo que o calendário dita, mas pelo que emerge em mim.
Não vivo alienada ao ponto de não olhar para trás e perceber o que aconteceu comigo em cada ano que passa. Nas pessoas que chegaram, algumas por bem, outras nem tanto, nas que se foram mas, principalmente nas que se mantiveram. Aquelas que, independentemente das nossas escolhas, sejam certas certas ou erradas, permanecem. Porque sim. Porque me querem muito e bem. Não posso deixar de pensar também em situações que me atrasaram, que me levaram aos confins de mim, que me doeram tanto que, houve momentos em que só me apeteceu "atirar a toalha ao chão". Não o fiz. Não o farei. Pelo contrário, por muito que me tenha abalado, estou aqui. Firme. A colar alguns pedaços. A tentar ressignificar os outros. Mas estou. E estarei.
Demorei algum tempo a perceber que, pasmem-se, sou incrível. E sou mesmo. E a minha maior ambição é não voltar a aceitar menos do que isso.
Se há resoluções para fazer, que sejam de vida e não de ano. Se há coisas para mudar que sejam porque são absolutamente necessárias em mim e para comigo. Que eu seja capaz de ser honesta comigo mesma e trocar o verbo. Trocar o adiar pelo concretizar. Trocar o "vou pensar" pelo "já fiz". Se irá acontecer durante o próximo ano? Não sei! Se vou lutar para que seja O ano? Definitivamente!
O mote é acreditar. Em mim. Por mim. Para mim.