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terça-feira, 26 de julho de 2016

Uma das coisas que mais prezo é o equilíbrio.



Acho que todos precisamos de momentos equilibrados para colocarmos as coisas nos eixos. 
Mas há alturas em que o equilíbrio não depende só de nós próprios. 
Há alturas em que é preciso que alguém se ponha no outro lado da balança. Sinto falta desse equilíbrio que não vem de mim. 
Daquele que me é transmitido. 
Mas as pessoas andam demasiado egoístas. 
Acho que é da crise...

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Saudades...





Entre o abraço à chegada e à partida o tempo passou a voar...
Foi como sempre foi quando estamos juntas, boa disposição acima de tudo, o que une não deixa que seja de forma diferente.
Percebi que tudo mudou à nossa volta... a nossa vida mudou... já não há as conversas à porta da tua casa até ás tantas da manhã, já não há tardes inteiras a ver televisão sem nada para fazer, já não há idas ao Aliança só para comer tremoços...
Tudo isto pertence ao deixámos para trás... ao que fez parte de nós num tempo em que éramos igualmente felizes, desocupadas, mas felizes...
Tal como somos hoje, com outra realidade, mas certas que nos temos uma à outra, para o que der e vier.
Certas também que mais mudanças ocorrerão mas que as veremos juntas.
 Mas...
Tenho saudades das conversas, tenho saudades de te abrir a alma, de dizer o que às vezes até tenho medo de pensar, de partilhar contigo o que a distância física às vezes não permite...
Tenho saudades do ombro, das tuas palavras, da tua forma paciente de me explicar as coisas que eu não vejo, de te dar a mão, dos teus abraços...
Tenho saudades de aparecer em tua casa só porque sim, só porque de tantos sítios para ir, em nenhum outro me sinto como em casa...
Já sabes que eu sou uma melosa não é?
Beijinho no coração :)

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Já pensaste hoje na vida que tens?




Já pensaste, que tudo poderia ser o oposto do que é!
Já pensaste naqueles momentos em que te calaste, mas devias ter falado, e em momento algum imaginaste que as tuas palavras poderiam ter mudado a vida de alguém... ou talvez até a tua...
Pensa nisso!...
E pondera, o que devias ter dito e não disseste e o que não devias ter falado, e ainda assim, falaste...
Enfim, todas aquelas opções que julgavas certas e afinal não estavam!
E as que consideravas erradas, poderiam estar certas!...
Já imaginaste que o mundo está em constante mudança e nós nem damos conta?!...
Já pensaste naquela pessoa que um dia te sorriu?... Nunca sequer imaginaste que por trás daquele sorriso poderia estar uma declaração de amor...
E aquele olhar que se destacou no meio da multidão?
Nunca o tinhas visto, mas ficou marcado no teu subconsciente durante todo o dia, não o consegues esquecer, mas por breves momentos arrancou-te um sorriso...
Já pensaste em adiar a tua vida por uma noite?
E amares de corpo e alma alguém que desejas há tanto tempo...
Mais cedo ou mais tarde vais pensar em tudo isto, e o arrependimento vai chegar arrasador...
E pensas que...
Devias ter amado mais!
Devias ter odiado mais!
Devias ter sorrido, arriscado...
Sobretudo devias ter vivido aquele instante, que vale por toda uma vida!

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Leiam que vale a pena o esforço.

Estão a ver aquele canto esquecido da Europa, lá mesmo ao fundo, longe das linhas de TGV, dos fiordes e dos canais, das cordilheiras e das planícies centrais? Aquele terreno entalado entre os espanhóis e um oceano gigante, lá para trás do sol posto, onde Judas perdeu as botas?

Diz que é terra de gente desorganizada, xico-esperta, cábula, trapaceira. Um povo de preguiçosos, fracos, deprimidos. Mandriões, subservientes, abatidos. Indolentes, sonolentos, cabisbaixos. Diz que nos falta muito, tanta coisa. Falta-nos o método, o foco e a capacidade analítica. Falta-nos perspectiva, visão estratégica, capacidade de desenhar planos de longo prazo.

Diz que somos uns tristes, nojentos, porcos. Abaixo de cão. “Dégueulasses”, portanto.

Sabem lá vocês, oh mundo!

Aqui há um povo nobre. Gente que não se resigna, que faz das fraquezas forças, que cai e se levanta, que renasce. Gente que constrói um império a partir de um nico de terra, que se atira ao Oceano sem saber o que esperar para lá das nuvens e da curva do horizonte. Gente que não se apequena perante o tamanho do adversário, que se atira aos confrontos com a atitude de quem tem pouco a perder.

Gente que não desiste, que não se cala, que não baixa os braços.

Aqui vive o povo mais criativo do mundo. Um povo que vê borboletas nas traças, que desafia o razoável, tira coelhos da cartola, transforma as entranhas em poesia, o lixo em luxo e o quase nada em tanto. Que faz da tragédia glória.

Aqui vive um povo de coração a sair do peito, que acolhe, que adopta, que perdoa. Que tanto grita como beija, tanto luta como chora.

Aqui vive um povo que finta o destino, que desafia a probabilidade, que contorna condenações e desalinha a ordem natural.

Somos lutadores e orgulhosos, como Ronaldo. Somos certeiros e inspirados, como Rui Patrício. Somos príncipes rebeldes, como Quaresma. Somos o herói improvável, como Éder. Somos cegamente optimistas, como Fernando Santos.

Somos grandes gigantes e hoje a taça é nossa. Venham os franceses ou alemães, as crises e as sanções, os desatinos e as confusões. Os exits e as depressões.

Somos nós o povo que arranca o prefixo de impossível. E se ele teimar em não cair, o que certamente será muito injusto, uma idiotice pegada ou um azar dos diabos, havemos de sobreviver.

                                                                                      
                                                                                    Mafalda Anjos
                                                                                                                     Directora adjunta do Expresso

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Faz um calor na terrinha...


É que nem vos passa pela cabeça!!!

Nos "entretantos", desejo-vos um excelente final de semana.

:)

terça-feira, 5 de julho de 2016

Estar feliz e solteira ensinou-me a ser mais exigente. E alguém para adentrar no meu mundo tem que fazer por merecer.

Em relação ao amor, hoje sou menos iludida, mas também muito mais criteriosa. Não que eu tenha desistido deste sentimento, mas aquela empolgação juvenil e até inocente já não existe mais.
Eu lembro-me muito bem quando tinha 15 anos e sonhava em namorar. Achava que era o melhor que me poderia acontecer na época, mas não aconteceu… Fiquei frustrada, mas fui levando a vida. Quando finalmente tive um relacionamento mais profundo posso dizer que a vida me deu uma bofetada na cara.
Namorar não era nada daquilo que eu criara nas minhas fantasias. Não fiquei amarga ou sem esperança. Fiquei realista.
Hoje, após alguns relacionamentos, vejo o quanto ser solteira representa liberdade e aprendizagem para mim. Não tenho medo de ficar sozinha em casa em pleno sábado à noite. Não tenho medo de ir a eventos sociais sem um rapaz ao meu lado. Eu construí a vida com os meus passos. Um atrás do outro, aos trancos e barrancos. Mas hoje eu sou eu.Quem entrar na minha vida não será o protagonista pois a protagonista já existe. Quem entrar na minha vida tornar-se-á referência e não a coordenada.
A questão é que as frustrações ensinaram-se a amar-me mais, a valorizar mais os meus momentos comigo mesma.
Se ficar com joguinhos, se ficar com palavras fartas e atitudes vazias eu simplesmente perco o interesse.
Eu gosto tanto de escrever, eu gosto tanto de estar e conversar comigo mesma que não dá para trocar isso por nenhum “olá gata” ou pior: “olá, sua desaparecida”, sendo que desaparecida eu nunca fui nem estive. Não dá para trocar um episódio de Downton Abbey por uma conversa superficial ou sem afinidades.
Só vai entrar na minha vida quem realmente merecer. Porque vida é mais íntimo que quarto, vida é mais íntimo que cama. As pessoas costumam relacionar intimidade com sexualidade. Mas intimidade é sonho, é medo, é esperança, é falar do passado, da infância, é planear um futuro, é olhar juntos para a mesma direcção. Intimidade requer tempo, requer dedicação, requer interesse profundo. Intimidade é oposto de superficialidade.
Intimidade não é saber a cor da calcinha ou do sutiã. Intimidade é saber a cor dos sonhos, a cor dos olhos quando choram, a forma exacta dos lábios quando sorriem. Intimidade não é ver alguém de lingerie… Isso tu podes ver a qualquer momento, com alguém que tu conheces há muitos anos ou há poucas horas. Intimidade não é ver alguém a despir-se das roupas. Intimidade é ver alguém a despir-se das barreiras, dos medos, das suas verdades incontestáveis, das suas certezas absolutas. Intimidade é a entrega, mas não a entrega do corpo. Intimidade é a entrega mais difícil: a entrega da alma e do coração.


Natália Medeiros