"Quando é que combinamos alguma coisa?"
O tempo, talvez.
Talvez esse saiba.
Talvez esse ajude....
...que não sou de
intrigas, gosto de estar no meu canto e não me meto com ninguém.
Quem me conhece sabe que me dou por
inteira a quem merecer a minha amizade.
Quem me conhece sabe que sou
honesta, verdadeira, sincera.
Quem me conhece sabe que divido o
que tenho com quem precisa, sabe que não posso ver ninguém com fome, sabe que
já chorei por não poder ajudar mais.
Quem me conhece sabe que nunca
trairia um amigo(a), nem por toda a fortuna do mundo.
Quem me conhece sabe que não gosto
de promessas que não podem cumprir, por isso nunca prometo nada, mas
normalmente cumpro.
Quem me conhece sabe que sou
lamechas, que qualquer filme rasca me faz chorar.
Quem me conhece sabe que adoro
brincar, que sou meio palhaça e que isso me faz feliz.
Quem me conhece sabe que não perdoo
uma traição.
Quem me conhece sabe que gosto de
conversar, que falo até demais, mas que também posso ficar horas em silêncio,
sem que isso queira dizer que não me importo.
Quem me conhece sabe que eu me
importo.
Quem me conhece sabe que já não
tenho pais e que choro todos os dias por eles.
Quem me conhece sabe que sou
frontal, que digo o que penso mesmo que isso me traga dissabores.
Quem me conhece descobre-me pelos
olhos.
Quem me conhece sabe que detesto
carne e adoro peixe.
Quem me conhece sabe que gosto do
vermelho, que o verde me irrita e o azul dá-me náuseas.
Quem me conhece sabe disto tudo.
Tu…
Tu não me conheces!...
Nos últimos anos acostumei-me a ocupar a cama toda a dormir
A não cozinhar por obrigação
A voltar para casa quando me da na telha
Acostumei-me a não dar explicações a ninguém e a fazer o que
gosto sem aceitar críticas de ninguém
Acostumei-me a comer apenas quando tenho fome, pode ser a
meio da noite ou de madrugada
Acostumei-me a ver o meus programas musicais favoritos, a
cantar em voz alta e a dançar pela casa.
Acostumei-me a responder apenas às mensagens que me agradam,
e mesmo assim bem tarde…
Acostumei-me a sair
com amigos, mas principalmente acostumei-me a me divertir sempre.
Acostumei-me ao cheiro do café do vizinho que usa a varanda
como esplanada
E a andar descalça na sacada, imagino sempre que é um jardim
e não um cemitério de plantas que deixo morrer inadvertidamente.
Acostumei-me a demorar-me em frente ao espelho enquanto me
arranjo para sair
Acostumei-me a desmarcar encontros no último momento… só
porque sim…
Acostumei-me a mim, às minhas coisas, à minha vida… a ficar
sozinha.
Aprendi com o tempo que isso não é solidão, isso é apenas
ser feliz comigo mesma
E garanto-vos, é simplesmente maravilhoso.
Sei que, às vezes, o que pensamos ser para nós, nem sempre o é.Não sei o que fazer com os abraços que ficaram por te dar e com os beijos que nunca te darei.
Não sei como me conformar com a tua ausência, mas sei que preciso dela para seguir em frente.
Continuo a olhar para o telefone à espera daquela chamada que não vai chegar, continuo à espera de te olhar no fundo desses olhos e ver neles o que agora ainda não consigo.
Sei que preciso deixar-te ir.
Por ti e por mim.
Sei que não faremos nada juntos e as palavras que dissemos, assim como os sonhos que sonhamos, se esfumaram no ar.
Mas tenho saudades...
Tantas saudades...
Desse conforto bonito de saber que ao final do dia estás aí.
Saudades de ouvir a tua voz e de nela encontrar o alento que, por vezes, me foi faltando.
Tenho saudades do que projectei contigo e não farei.
Saudades dos encontros que não tivemos e das coisas que não chegaram a acontecer.
E assalta-me o pensamento a ideia de que talvez tenhamos desistido demasiado depressa...
De que, talvez, estejamos apenas em negação por ser bom demais...
Porque o medo nos consome e nos tira a vontade de experienciar o que poderia ser tão bonito
Não sei o que fazer ao sentimento e onde guarda-lo para que me doa menos.