Página

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Hoje escrevo sobre nós...


 

 ... para que não morramos. Porque tudo se acaba a menos que perdure escrito. Podemos até não voltar a falar, mas voltarei às palavras que te escrevi quando as saudades me apertarem. É a minha forma de te fazer eterno, de te tornar imortal... É a minha âncora nesse barco que eu sei que tem de partir. É o meu grito no teu ouvido a dizer-te que fiques. Não vás. Não vás agora que ainda temos dez mil anos de vida pela frente. Parece-te muito? Sabe-me a pouco se te contar todos os meus sonhos e planos inacabados. E, nesses sonhos, só cabem coisas simples, não te assustes. Sabes que sou de coisas pequenas que se tornam enormes mais pelo impacto que causam do que pela sua grandiosidade em si. Deixa-me ser eu contigo. Ou melhor, deixa-me ser o que de melhor posso ser contigo. Deixa-me ver para além do óbvio e encontrar-te no fundo dos teus olhos. Escrevi-te todos os dias os meus desejos secretos na esperança que um dia a lei da atracção funcione e me traga, nem que seja em parcelas, as coisas pequeninas que peço ao Universo. E depois guardei esses pedacinhos de papel como se fossem tesouros. E são, não são?
Guardei tudo numa caixa que só abro à noite quando me foge o sono. Guardei-te para que eu possa lá voltar sempre que te sentir a falta, sempre que o teu cheiro me falhar, guardei-te nas palavras que te escrevi a brincar e nas que disfarcei quando tentei escrever a sério. Guardei-te em cada bocadinho para me certificar de que foi tudo verdade... E na esperança de que o sono volte e tu finalmente venhas amanhã. 

Vens?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Coisas minhas...


 


 

 Sabes, meu bem, não há um dia em que não te queira no meus dias. Mas aprendi a ver-te de longe ao mesmo tempo que te imagino perto. Deixei de te dizer o que o coração não conseguia calar e então afogo-me todos os dias um pouco mais nas coisas que não digo.. Nunca fui assim, de guardar calada e de escolher o silêncio, mas contigo percebi que não há maior protecção do que essa... A de não demonstrar, porque, normalmente, é por aí que nos torcem.
Ainda não sei se isto me faz bem, mas consigo manter os desejos alinhados com os pés na terra, afinal "quem não sabe é como quem não vê", e evito todas aquelas frases feitas que sei que não vou querer ouvir.
Também deixei de te dizer que gosto de ti, porque já o repeti tantas vezes que tenho a certeza de que o sentes em cada pedacinho de pele. Deixei de te procurar, porque também precisei de saber qual era o meu lugar...
Mas, todos os dias, os meus pensamentos vão ao teu encontro, porque sim, porque me levam sempre até ti e, seja lá o que isso for, saber-te bem, traz-me um pouquinho mais de paz e deixa-me o coração quentinho.