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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Espelho meu...


Muitas vezes olhei no espelho e não me encontrei lá. 
Muitas vezes o meu reflexo não me disse quem era. 
Tantas e tantas vezes me procurei lá sem me encontrar. 
Voltei lá uma e outras mil vezes... 
Aprendi a aceitar cada pedacinho que ali estava... 
Por fora, mas principalmente por dentro.
Falei sozinha inúmeras vezes. 
Questionei-me tantas vezes que lhe perdi a conta. 
Foi o melhor exercício que poderia ter feito. 
O de olhar. De observar. 
De me perder nos meus recantos. 
Olhar os defeitos e saber que são meus e, ainda assim, aceitá-los. 
Encontrar todas as minhas qualidades e poder trabalhá-las.
Já fui mais gorda, já fui bem mais magra. 
Já me senti mais bonita, já me achei mais feia. 
Já me incomodaram partes do meu corpo. 
Já detestei o cabelo e já quis ser assim e assado...
Já não quero! 
Estou bem na minha pele. 
Estou tranquila com o que o tempo me trouxe. 
Estou satisfeita com a passagem dos anos. 
Estou muito mais preocupada com o lado de dentro, do que com o que se vê por fora.
Hoje, quando olho no espelho, sei exactamente quem sou!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Ainda que pudesse...



Não mudaria uma vírgula na história da minha vida. Apesar de tudo. 
Há, obviamente coisas que preferia não ter vivido, que preferia não ter sentido... mas que me transformaram no que hoje sou.
Fiz-me sozinha. Nos percalços, nos problemas e nas alegrias também. 
E foram tantas as vezes que nem tinha sequer alguém com quem partilhar nada. 
Ou melhor, as pessoas existiam, estavam lá, mas não prestavam atenção. Aprendi a contar comigo e a cobrar de mim. Obriguei-me a ser o melhor que podia ser, fosse no trabalho, fosse nas relações... 
Tinha que ser o melhor possível para mim.
Muitas noites de solidão, muitos monólogos regados com lágrimas. 
Muitos números e ninguém a quem ligar. Tanta gente à volta e ninguém para te escutar.
Foi doído, foi penoso, mas também foi preciso.
Hoje olho para trás, do alto das minhas cicatrizes, algumas ainda mal saradas, e tenho orgulho em quem sou. Gosto de mim. Tenho uma bagagem enorme, nada fácil de lidar, eu sei... sou fruto de encontros, desencontros, de guerras e de desamor... 
E principalmente, de uma força incrível que me vem de dentro que me diz 
"podes tudo!"

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Tenho saudades tuas...


És a vontade de voltar a ver. 
De voltar a sentir. 
De reviver o toque. 
De cheirar de novo.
Tens o gosto de tudo pela primeira vez, e é contigo que imagino todas as primeiras vezes. 
Dançar na chuva, sendo que eu nem sei dançar. 
Atirar-me para o sofá, onde tu me esperas e escolhermos um filme que nenhum de nós quer ver. 
Andar de patins no meio da cidade como dois miúdos. 
Ver o pôr do sol numa qualquer praia e deixar o teu nome escrito na areia...
Pergunto-me a todo o momento como tu estarás... 
Se estarás bem agasalhado, se a constipação já se curou, se correu bem o teu dia de trabalho...
Tenho saudades das memórias que eu inventei na minha cabeça. 
De lugares bonitos onde me levaste. 
Tenho saudades das conversas que nunca tivemos, mas que, eu imaginei cada palavra que sairia das nossas bocas. 
Tenho saudades das histórias que sonhei e de horas e horas de mãos dadas em silêncio. 
Tenho saudades de um futuro que nunca vai chegar. 
Tenho saudades de tudo o que não cheguei a viver contigo.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Ela não é fria, apenas não se deixa aquecer com qualquer um. 
Ela não é inacessível, apenas se protege. 
Ela não é antipática, apenas aprendeu a resguardar-se.
Ninguém lhe disse como o mundo e as pessoas podiam ser cruéis. 
Ninguém a avisou que a vida lhe daria tanta chapada que ela teria de se recompor, a bem ou a mal.
Ela não é distante ou indiferente. 
Ela não é vazia! 
Ah! Se as pessoas soubessem o turbilhão de emoções que giram dentro dela. Ela só não demonstra. 
Demora para abrir o coração, demora para confiar. 
Tem uma tendência quase automática para ser rude. 
Para manter as pessoas no lugar delas. 
Para nem deixar chegar perto. 
Se é certo? 
Provavelmente, não! 
Se é cautela? 
Com toda a certeza que sim!
É-lhe difícil não criar barreiras, não erguer os mais altos muros... 
Mas, por mais que se proteja, a vida passa por ela. 
As pessoas também. 
Mas o medo de a deixarem para trás é tanto, que ela já antecipa o final, que só ela criou, e afasta todo o mundo.
Ficaram-lhe poucos! 
Ficaram os que a escolheram e os que ela escolheu também. 
Ficaram apenas os que a que conhecem do avesso e da frente para trás. Ficaram apenas, os que viram para além do óbvio. 
Ficaram os que a viram com o coração! 
Porque o coração dela é...como o de poucos!

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Difícil definir esse jeito particular de ser...



 Ela é assim... Indescritível!
Metade mulher, metade miúda. 
Cheia de sonhos a combater a realidade. 
Metade dela ficou no baloiço da infância, a outra metade leva para o trabalho.
Tem tanto de louca como de sensível. 
Às vezes coração doce, às vezes cruel. 
Metade dela é caos, a outra metade é luz. 
Pode ser guerra e pode ser paz. 
Pode ser tempestade ou o sol da manhã.
Ela é assim... 
Com um coração que explode ao pé da boca... 
Seja pela doçura ou pela acidez. 
Metade dela quer gente à volta, a outra metade pede silêncio. 
Metade dela é delicadeza, a outra metade, os espinhos.
Ela é um poema que ainda ninguém escreveu. 
Um verso rabiscado, um esboço desalinhado. 
Ela é daquelas que demoras para entender. 
Metade dela é o que tu achas que ela é, a outra metade é o que poucos lhe conhecem. 
Metade dela são cicatrizes, outra metade são sorrisos.
Metade dela é o que a vida lhe fez ... 
A outra metade é o que ela faz da vida.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Não sou mulher de “um amor e uma cabana”...



..mas não vivo em “cabanas sem amor”. 
Há artes que me aquecem o coração mas é essencialmente por uma que ele bate. 
Tenho uma sede de viver que me rege e que apenas se sacia com objectivos e sonhos. 
E é assim, cheia de amor, arte e vida que (me) escrevo, que (me) leio e que (me) ouço. 
No fim só tenho um único pedido… 
'Save the last dance for me!'

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

É estranho...



... Quando me perguntam se dou conta de tudo…
Claro que NÃO dou!
Selecciono prioridades, foco no que dá para fazer, o resto? 
Bem…  O resto vai para baixo do “tapete”.
A cada novo dia, levanto um pouco do “tapete”, retiro algumas coisas e escondo outras.
Se hoje o jantar são sobras, amanhã um jantar fresquinho é missão número um.
O meu” tapete” nunca fica vazio… jamais!
Aliás, dias há, em que o dito “tapete” está tão cheio que se fosse visível pareceria o monte Evereste. Zango-me com o mundo, choro, sinto-me a mais desequilibrada das mulheres, mas espero pelo dia seguinte e tudo passa. Acordo cheia de amor-próprio, dou risadas, ignoro o “tapete” e saio bela e formosa.
Outros dias há, em que me torno uma revolucionária, viro o “tapete” ao contrário com uma força que não sei de onde veio (provavelmente do bolo de chocolate que comi há duas noites) e lá vou eu tentar colocar tudo em dia. 
E não é que quase consigo?... Quase…
E é assim…
A minha vida é um eterno varre, esconde, esvazia… para não enlouquecer.
Por trás disto tudo, existe uma mulher comum, com vontade de emagrecer 3 kgs (ahh pois é)
Com dias bons do género:  A vida é bela, podia ter 7 filhos, viver numa casinha branca com quintal e ser feliz para sempre.
Ou com dias maus, tipo: quem sou eu, onde estou, quem são estas pessoas?
O denominador comum? O amor… ah o amor que nunca desistimos de procurar, que quando aparece vira o jogo, e o nosso coração explode de gratidão… até mesmo pelo tapete XL.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Once upon a time...




Enquanto as meninas bonitinhas coleccionavam  elogios e presentes, eu coleccionava cicatrizes. 

Hoje... 

Enquanto algumas ainda esperam viver um conto de fadas, eu já beijei príncipes que se transformaram em sapos, construí castelos para morar sozinha, despedi a fada madrinha, e estou a aprender a viver com o "lobo". 
Já ouvi muitas histórias ao longo da vida, mas resolvi escrever a minha .

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Re-post... ai os homens...


Se eles soubessem os arrepios que as palavras sussurradas ao ouvido provocam, nunca mais falariam idiotices.

Se eles soubessem o que um bilhete de amor escrito à mão é capaz de curar, nunca mais compravam presentes caros para compensar ausências.

Se eles soubessem a excitação que um toque no pescoço dá, nunca mais tentariam apalpar o rabo.

Se eles tivessem a vaga noção do que um olho-no-olho provoca, não ficariam olhando só para o nosso decote.

Se eles soubessem que não existe maior liberdade que escolher prender-se num abraço, talvez perdessem o medo do compromisso.

Se eles desconfiassem quantos homens mostram interesse em nós ao longo do dia, com certeza dariam mais valor.
 
Se eles soubessem que não precisam ser musculados para nos conquistar, mas que precisam, isso sim, ser bem-humorados, talvez se esforçassem em ser mais espontâneos.

 
Se eles soubessem que quando nós dizemos “diz a verdade” só lhes estamos a dar uma oportunidade para serem sinceros, porque afinal, nós já sabemos a verdade, talvez eles parassem com as desculpas esfarrapadas e aprendessem a pedir desculpa.

Eles têm de aprender que, quando nós pedimos para eles não nos ligarem, é quando mais precisamos de atenção.

Se eles soubessem do poder que existe em demonstrar força num momento pesado, e ser delicado num momento calmo… do eterno prazer em ser romântico às vezes e ser atrevido entre quatro paredes. Da importância em dar um abraço nos dias tristes, mas acima de tudo ser amigo silencioso quando as palavras são escassas…

Ah… se os homens soubessem…

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Silêncios...



Há momentos em que o silêncio é absolutamente precioso e necessário. Outros há, em que é tenebrosamente assustador. 
É um grito bem alto de tudo o que não queres ouvir, mas na verdade, já sabes. 
É quase um insulto à tua transparência, aos teus sentimentos.
Mil vezes palavras que ferem, palavras que doem a silêncios que não auguram nada de bom. 
Palavras vão sempre ao encontro a um entendimento, pedem sempre argumentos. 
São sempre uma tentativa. 
O silêncio não. 
O silêncio porque sim, só dá aso a segundas interpretações. 
O silêncio só porque sim, é jogo sujo. 
É a falta de coragem para se dizer o que se pensa. 
É desconsideração total e absoluta para quem quer respostas. 
É falta de respeito. 
Os silêncios são portadores de verdades cruéis, que roçam no desinteresse, na falta de afecto, no esquecimento. 
O silêncio faz estragos difíceis de reparar.