Os dias parecem todos iguais.
Não estás bem em lado nenhum, com ninguém.
Apetece fazer mil coisas ao mesmo tempo que decides não fazer nada.
Sentes -te invisível.
Com uma dor que ninguém vê, mas que te trespassa o peito.
Olhas à volta e questionas-te sobre tudo e todos.
Estar sozinha é a tua maior paz.
Ao mesmo tempo que sentes falta de alguém.
Tempos estranhos estes.
De lutar contra o que sentes em prol do que achas que precisas.
Os dias são de sol e, ainda assim, não deixam de ser cinzentos...
Nas coisas que sentes e não querias sentir.
No acolher desse turbilhão de sentimentos que engavetaste durante tempo demais e agora te atingiu com a força máxima.
No silêncio que precisas para te ouvir, mas que te faz sentir sozinha.
Nos gatilhos que aparecem do nada e te levam para lugares escuros de onde pensavas já teres saído há muito.
Dizes a toda a gente que estás bem.
É mais fácil assim.
Foi o que aprendeste a fazer para não incomodar.
Mas hoje sabes que, um "está tudo bem?" também é preciso.
Hoje sabes que, talvez, antes de ter dado tanto aos outros, devias ter cuidado de ti primeiro.
A sensação é de alma sugada.
De vazio.
De que ninguém te vê.
E, uma vez mais, vais ter que te virar sozinha.
Vais ter continuar a fingir que estás bem.
Porque, afinal, tu és forte, tens sentimentos, já aguentaste demais...
Mas nunca ninguém se vai lembrar disso.
És tu contra o mundo.
Outra vez.
Sempre assim...