... Principalmente as pessoas. As relações
tornaram-se demasiado complexas e as pessoas demasiado difíceis. O amor é
feito de gostos e comentários, as conversas transformaram-se em nudes. À
distância de um clique, evaporas a pessoa da tua vida. Os beijos foram
substituídos por áudios. Os abraços transformaram-se em sexo fácil. E o
sentir, o sentir nem entra na equação. Está na moda o não querer
compromissos. Está em alta pisar os sentimentos dos outros. Está em voga
o saltar de cama em cama. O silêncio é presença constante. O nada
também.
As pessoas perderam-se no medo de sentir, perderam-se nas
dores que não foram capazes de curar. Mexem sem intenção de ficar. Tocam
sem tocar. Tornaram-se vazias e a única coisa que têm para oferecer são
meia dúzia de minutos de prazer. E quando o prazer acabar? O que resta
depois disso?
A vida não é isto. As pessoas não podem ser só isto. É precisamente, o oposto.
quinta-feira, 29 de abril de 2021
E tudo se tornou descartável...
quarta-feira, 21 de abril de 2021
Precisava...
...
de deixar de lado alguns padrões. Precisava de deixar de andar em
círculos e entrar em becos sem saída. Tinha uma tendência natural para
gostar e querer tudo aquilo que lhe fazia mal. Sabia-o bem, mas
sabia-lhe bem... Até lhe pisarem os sentimentos.
Faltaram-lhe coisas
na vida que acabou por ir procurar, sem encontrar, nos sítios errados.
Perdeu-se nas efemeridades de quem procurava eternidade em pessoas
rasas. Prometeu a si mesma não voltar a esses ciclos. Aprendeu a
reavaliar as pessoas e agora distingue bem o que é para ser do que nunca
será. Tem as prioridades em ordem e a sua é apenas uma: não permitir
que lhe voltem a atropelar o coração e fazer de si a pessoa mais
importante da sua vida. Não lhe tem corrido mal. Mantém-se longe de tudo
aquilo que a pode fazer tremer e aprendeu a não empolar sentimentos.
Ficou com os momentos e guarda as sensações. Dá o que tem, mas se não
recebe de volta é como se dentro de si morresse alguma coisa. Recua e
redefine tudo de novo. Muda o contexto e acerta as circunstâncias.
Deixou de levar o coração para todo o lado e aprendeu a colocá-lo cá
fora apenas para quem o sabe cuidar. Não ficou fria, mas já não se deixa
queimar.
terça-feira, 6 de abril de 2021
Pensamentos meus...
Fico
sempre a perguntar-me onde falhei, o que faltou, porquê e porquê...
Tenho este enorme problema, assumidissimo, de pensar demais. Penso
antes, durante e depois. Questiono todas as minhas escolhas, o que
poderia ter feito diferente, que palavras poderia ter trocado, que
atitudes poderia ter emendado. Coloco-me no lugar do outro, tantas vezes
quantas forem necessárias e quando não encontro as respostas, demoro
até encontrar a minha paz. Tenho sempre a consciência de que há muito a
melhorar, que podemos sempre aperfeiçoar e se há coisa que me inquieta é
esta incerteza das coisas, estas dúvidas em relação a mim e aos outros.
Gosto de estar bem comigo e com os meus e quando as situações mudam
sem que eu consiga perceber o porquê, abala-me de uma forma que me
consome. Nem sempre agimos de uma forma intencional e até podemos acabar
por magoar os outros, mas gosto de o saber. E embora tenha uma mente
inquieta que, às vezes pode tornar-se um verdadeiro tsunami, a minha
preocupação é saber que não falhei com ninguém, pelo menos de forma
deliberada... E sentir que pessoas de quem gosto se vão sem um porquê,
encolhe-me por dentro. Eu sei que nem toda a gente é de ficar, aliás, a
grande maioria é temporária, mas sei lá... dói-me. Pelas partilhas, pelo
afecto, pela conexão... e por tantos outros factores que eu não posso
controlar. Gosto de guardar pessoas na minha vida e mesmo que deixem de
fazer parte do meu quotidiano, preciso de tudo explicado. Preciso de
perceber tudo, preciso de deixar um ambiente saudável e guardar as
coisas bonitas... Outro defeito. Tenho noção que sou a personificação de
intensidade, que prende e afasta na mesma medida, tenho noção de que as
minhas palavras são, muitas vezes um choque, precisamente pela
intensidade que lhes dou. Tenho noção de que toda eu sou uma bagunça
embutida num corpo, mas não há nada que me incomode mais do que vazios,
de quando não sobra nada...