Pela incerteza, pela angústia, pelos que nos doem nesta jornada, pelos que não chegarão ao fim dela. Mas pode ser também o momento de ressignificar toda uma vida.
Talvez hajam coisas boas a retirar desta experiência. Talvez, este caos nos traga a maior lição, aquela para a qual não estudamos... a da empatia, da solidariedade, do cuidado e, principalmente, do tempo. Agora que sobra e nem sabemos que utilidade lhe dar.
Eu quero acreditar que nos tornaremos pessoas melhores, que seremos capazes de reflectir sobre tudo o que está a acontecer e que, na pior das hipóteses, aprendamos a dar valor ao que,tantas vezes, desprezamos.
É uma situação completamente nova. Não tem protocolo ou manual de instruções e várias vozes se levantam e muitas opiniões circulam. Destila-se ódio e julgam-se atitudes. Achamos sempre que faríamos melhor. Não é o momento para politiquices, fundamentalismos religiosos ou teorias da conspiração. Agora, mais do que nunca, a única coisa que nos é pedida é que sejamos humanos. Seres humanos. Só isso. Paremos de procurar problemas onde já nasceram soluções e aceitemos que há gente a trabalhar arduamente, a dar o que tem e o que não tem para fazer o seu melhor. Se vai agradar a toda a gente? Não! Nunca vai. As pessoas nunca estão contentes. Não sejamos cínicos, nem hipócritas. Todos, mas todos sem excepção têm que fazer a sua parte,por mais insignificante que possa parecer e fazer cedências, se preciso for. Estabelecer prioridades e colocar todas as variáveis na balança. Isto não é uma luta unilateral. Isto é a derradeira prova de humanidade. É termos plena consciência de que nunca mais seremos os mesmos e que o lugar onde estávamos ontem não permanece intacto. Precisamos uns dos outros e de nos colocarmos no lugar uns dos outros, independentemente de tudo. Se nos cuidarmos mutuamente, nunca nos faltará nada.
E se,no final disto não aprendermos nada, então nascemos humanos por engano... Mas pelo menos, agora que não falta tempo, ensinemos isto aos nossos filhos.
É aterrador? Sim, é. Mas temos que tirar ilações de tudo isto. Obrigada pela tua reflexão.
ResponderEliminarlindo blog.
ResponderEliminarBjos