Eu
sei que, se a criança que eu fui um dia, me visitasse no presente,
estaria orgulhosa de mim. Sei que sou feita de dificuldades e tropeços e
ainda assim, não perdi a alegria nem o riso. Não perdi os sonhos nem a
vontade de vencer. Perdi muitas vezes o norte, o fio à meada e o sono,
mas isso nunca me toldou. Pelo contrário, foi nas adversidades que me
conheci e me vali. Foi nos obstáculos, alguns
bem penosos, longos e excruciantes que me transformei. No meio de,
literalmente, sangue, suor e lágrimas... E isso não me matou. Moeu-me.
Doeu-me. Consumiu-me. Magoou-me. Mas não me matou. Motivou-me. Serviu-me
de exemplo para tudo o que não queria ser e para tudo aquilo que não
queria fazer papel químico. Mostrou-me quem sim e quem não, quem nunca.
Aprendi a acreditar na força do trabalho e na importância do amor...
Aprendi a viver dentro das minhas limitações mas sem me impor limites...
E aprendi, principalmente, a não depositar a minha felicidade em mãos
alheias. É responsabilidade minha. É minha obrigação.
Demorei muito
tempo a perceber e coloquei-me muitas vezes em situações difíceis, quer
para mim, quer para o meu coração. Não mais. Não me permito mais a
isso... E embora, a minha vida esteja longe de perfeita e com pontas
soltas que preciso ainda reajustar e alguns cortes para fazer...