Escrevi para mim.
Por mim.
Para me obrigar a lembrar de onde vim e para onde não voltar.
Para não me desviar de quem eu quero ser.
Escrevo porque as palavras se eternizam quando tudo o resto desaparece.
Escrevo para me entender, para me ouvir também.
Escrevo quando, nem sempre, me apetece falar.
Escrevo se estiver feliz ou triste, não interessa.
Escrevo sobre os meus tudos e sobre os meus nadas.
Escrevo essencialmente para me manter sã, para me sentir viva.
Escrevo para ser ouvida, escrevo para que me vejam, quando todas as palavras em viva voz se gastaram.
Escrever, nunca foi sobre ti ou sobre os outros.
É e será sempre sobre mim e para mim.
É um acto claramente egoísta que faço por necessidade.
É a única coisa que faço genuinamente com o coração pousado em mim, independentemente de todas as palavras que possam passar nos meus pensamentos, independentemente de ser o certo ou o errado...
É meu.
É o que me vai no peito.
É, muitas vezes, a única forma plausível de me libertar.
É escrevendo que me encontro.
E é quando escrevo que, encontro gente como eu...
Que me sinto menos extraterrestre.
E, embora possa ter uma vida cheia de situações e de intervenientes, escrever será sempre sobre mim...
E para mim.