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segunda-feira, 9 de junho de 2025

Há dias assim...


 

Há dias em que não sei se estou triste ou só cansada de fingir que não estou.
As pessoas confundem. 
Olham para mim e acham que sabem. 
Que porque continuo a andar, estou bem. 
Mas às vezes só continuo a andar porque parar parece ser mais perigoso.
Não me leem. veem o que querem ver.
Acham que porque não grito, estou em paz. 
Que porque respondo, estou disponível. 
Mas há dias em que só queria que o mundo se calasse. 
Que ninguém me pedisse nada. 
Nem um bom dia. 
Nem um sorriso.
Canso-me de explicar. 
De justificar o ar ausente, o olhar que foge, o corpo que se encolhe.
Não estou zangada, não estou chateada, não estou má, estou só… gasta. 
Gasta por dentro.
E não é drama. 
Não é falta de amor próprio.
É só aquilo que ninguém vê porque eu não deixo.
Porque aprendi a esconder antes de aprender a pedir ajuda.
Não quero que me entendam todos os dias.
Só quero que, de vez em quando, alguém me diga:
“Não tens de dizer nada, eu percebo.”
E que perceba mesmo. 
Sem precisar que eu rebente. 
Sem que o meu silencio precise de legenda.
É só isso…
Ser vista.
Mesmo quando me escondo.


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