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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Nunca sei muito bem como gerir este tipo de emoções.


Sinto-me como se estivesse a viver em piloto automático... 
Anestesiada a uma situação que eu não escolhi viver, assim como ninguém... Mas que me r(d)ói por dentro.
Entre os isolamentos no trabalho e o isolamento em casa, sobra muito pouco espaço para ser feliz. De repente, vi-me privada de tudo... 
De percorrer os cantos da minha casa, de abraçar os meus sobrinhos, de cozinhar para nós. Sinto que me tiram todos os dias um pouco mais de vida, sinto que me roubam todas os dias momentos preciosos. E isso transforma-se em inércia e apatia. Quanto menos faço, menos me apetece fazer. 
A cabeça não pára e só me pergunto "até quando"?
O sono parece sempre pouco e as horas intermináveis. Os dias tornaram-se todos iguais e as vontades deixaram de fazer sentido, porque não há nada que eu possa fazer.
Deito a cabeça na almofada e pergunto-me vezes demais quem cuidará de mim. Falta muito pouco tempo para regressar ao trabalho, para voltar a estar longe de casa a cuidar de quem precisa... E parece um ciclo vicioso entre prisões... E a juntar a tudo isto o coração apertado de espreitar os meus por entre vãos de portas, de só os poder abraçar com os olhos... Porque no meio de tantos cuidados, ainda não há quem cuide dos cuidadores.

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