Contei os meus anos e descobri que
terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até
agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele
menino que recebeu um cesto de cerejas. As primeiras, ele comeu
displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não
tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões
onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando
destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já
não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos
inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho
tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade
cronológica, são imaturos. Detesto fazer acareação de desafectos que
brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral. As pessoas
não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso
para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem
muitas cerejas no cesto, quero viver ao lado de gente humana, muito
humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não
se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, Caminhar
perto de coisas e pessoas de verdade, O essencial faz a vida valer a
pena. E para mim, basta o essencial!
Ricardo Gondim
Não sei quem é Ricardo Gondim, mas identifico-me e subscrevo esse seu texto.
ResponderEliminarBeijinho e bom fim-de-semana
Também me identifiquei bastante...
EliminarBeijito Jorgito
Texto fantástico... impressionante como o Autor (que desconheço!) coloca a essência de vida.... meu Deus, que post fantástico....
ResponderEliminarPosso copiar??
Claro que pode! O autor não se importa :)
EliminarBem que eu desconfiei!!!!!!!!!!!
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