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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Resta a solidão...


As palavras esgotaram-se, silenciaram-se as aves sobre as árvores despidas de folhas.
Cai a noite a seguir ao dia e a alma exausta deixa-se ficar... imóvel, vazia.
Hoje não tenho nada para dizer, já não me surgem nas pontas dos dedos as letras que te formavam, não se descobre na tela vazia um único traço de mim, de ti, dos nossos corpos.
O vento sopra, varrendo do chão a poeira que resta. 
Sobras dum fogo extinto, dramas de uma vida abandonada entre nadas.
A voz cala-se, os pensamentos hibernam na letargia de um frio inverno, o coração seca na aridez deste deserto, não te escuto, nem o palpitar do teu coração se faz sentir!
As lágrimas não percorrem mais a planície da minha face, o sal acumula-se no fundo deste lago seco que são os meus olhos.
Não há sonhos, nem presenças constantes, apenas a ausência se perde neste imenso e desolado mundo.
De nós, guardo só aquela fotografia tirada ao pôr-do-sol como última recordação do passado; Âncora, que se prende ainda, no chão vazio deste rio outrora fulgurante.
Agora, estou sozinha...

4 comentários:

  1. Não estás, não senhora:)!!!

    Bom dia minha Flor:)

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    Respostas
    1. Boa noite querida... vês como estou só...
      Só tu cá vieste :(

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  2. Não.... eu também vim....!!!!!
    Venho sempre....
    "Deixa que eu te ame em silêncio
    Não pergunte, não se explique, deixe
    que nossas línguas se toquem, e as bocas
    e a pele
    falem seus líquidos desejos.

    Deixa que eu te ame sem palavras
    a não ser aquelas que na lembrança ficarão
    pulsando para sempre
    como se o amor e a vida
    fosse um discurso
    de impronunciáveis emoções."
    (Affonso Romano de Sant'Anna)

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