Amanhã faço aquilo que o hoje não deixou.
Arranco-te
de mim, rasgo-te em pedaços, piso-te, estrago-te e atiro-te para o lixo,
amarrado com fios e arames e colado, peliculado, tudo o que for preciso para te
conseguir esquecer.
Amanhã.
Amanhã apago o teu nome dos meus diários, ou rasgo as páginas, ou posso
até queimá-los!
Rasgo e queimo as páginas uma a uma e fico ali, a vê-las arder
e vendo morrer a chama vermelha, potente e destemida até apenas sobrar uma
casca negra e encarquilhada que o vento vem estragar, talvez perceba o quanto
fomos nada e que nada mais há a fazer ou a esperar.
Amanhã.
É amanhã que te esqueço, que te apago, que te tiro de mim.
Amanhã bem
cedo, ainda antes do sol nascer, para começar o dia a sorrir sem o teu peso no
meu coração.
Amanhã...
Amanhã que hoje ainda tenho medo.
Não de te esquecer.
Mas
de não ser capaz.
Se fosse assim tão fácil...
ResponderEliminarHá pessoas que teimam em habitar em nós, sem a nossa autorização.
Beijo
Z
Verdade... mas pelo menos temos de tentar, para bem da nossa sanidade mental.
Eliminarbeijos