Pergunto
sempre ao espelho o que ele vê em mim, para que eu me veja também.
Passo horas com ele em longas e profundas conversas comigo. Aprendi a
gostar do meu reflexo batido nele. Aprendi a aceitar as imperfeições que
nele via e acolhê-las como parte de mim.
Disse-lhe muitas vezes
como gostaria de me ver... E sem saber, depois de muito tempo, soube
ver-me e ser exatamente a pessoa que lhe pedia para ser. O espelho não
fez nada por mim, apenas me acompanhou e me ouviu... Mostrou-me o seu
reflexo intermináveis vezes e fez-me perceber que nem sempre me tratei
como merecia. Principalmente por dentro. Passei horas com o meu "eu", para me
ver exaustivamente, para me analisar. Para além de me mostrar a imagem
de quem eu via, mostrou-me a de quem eu queria ser. E eu aprendi a ser
meiga com ele, a não me cobrar tanto e a fazer, da imagem lá reflectida,
uma aliada. Aprendi a dirigir-lhe palavras bonitas em vez das habituais
palavras de derrota e desconsolo. Passei de me lamentar para me
enaltecer. E todos os dias faço isso com ele... Todos os dias um
bocadinho do meu tempo é dele... Todos os dias marco um encontro comigo
mesma junto dele... e todos os dias eu digo ao espelho:
"estás tão bonita...!"
"estás tão bonita...!"
ResponderEliminare estás mesmo ;
Kiss
Também gosto muito de espelhos. Mas o uso que lhes dou é desprovido de uma carga simbólica tão delicada. É mesmo porque ajuda a estimular visualmente durante a pinada. ;)
ResponderEliminarOra bem… cada qual dá ao espelho o uso que lhe convém :)
EliminarObrigada pela visita.