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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Triste...

Perdi o meu pai muito cedo , o  vazio que deixou foi profundo demais para que algum dia pudesse ser preenchido por mais alguém, na altura tive a certeza que com ele tinha partido a minha juventude.
Naquela Primavera envelheci dez anos...
Eu não estava preparada...
(hoje sei que nunca estamos)
Perdi o pai, o companheiro das risadas, das palermices que irritavam a minha mãe, o confidente, o meu herói!
Senti-me só, confesso. 
O facto de ter a minha mãe comigo não amenizou a minha perda, era irreparável, e definitiva. 
A dor era insuportável...

Hoje, quando levei de urgência a minha mãe para o hospital senti-me outra vez adolescente, perdida, desamparada, terrivelmente só.
E enquanto aguardava o veredicto pensava no pior (esperando que fosse o melhor)
Derramei lágrimas de dor e solidão. 
Eu sabia que algo de grave estava a acontecer.
Na sala de espera revivi momentos trágicos, voltei atrás no tempo, e tive a certeza que se ela hoje me deixasse levaria consigo a outra metade de mim.

"Com quem se divide a solidão?
Com ninguém...
A solidão é zero, e o zero é indivisível."

E eu sei que não é permitido quebrar as regras do jogo...


    

10 comentários:

  1. Sabes que também perdi o meu amor (pai) muito cedo,cedo demais.Nunca mais recuperei...Nunca mais fui a mesma pessoa!Hoje estou estabilizada mas sei que vou desequilibrar-me (ser adolescente) outra vez porque ninguém,nem mesmo a minha mãe,é eterna...Ai,ai um beijinho grande para ti*

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    1. Fica a faltar-nos algo... e não estou a falar só no lugar na mesa... :(
      Beijinhos Til

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  2. Este post é daquele complicados de comentar.

    Um abraço forte, Amiga***************

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  3. Já li um pouco e constatei que por aqui tb há um anonimo fiel. Qual de nós não tem um pelo menos um fiel? Se todos os casamentos fossem como os anónimos não havia .ugar para a traição
    Kis:=)

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    1. Bem vinda AvoGi, é verdade tenho um anónimo de estimação...
      Kis

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  4. Lírio Selvagem..... meus sentimentos pela sua perda do pai (já algum tempo) e pela enfermidade temporária de tua mãe. Meu pai morreu em 1979. Éramos muito amigos... uma grande amizade. Ele morreu assim...pá... de repente na rua!
    Um ano depois, minha mãe, em doloroso processo. Senti-me fraco, sozinho, perdido no mundo. Sei o que passas.... mesmo porque na época era jovem, sem emprego, uma mão na frente e outra atrás.. Mesmo à distância, estou aqui torcendo para que seja um processo passageiro e simples.... Mas digo-te.... a vida é assim. De repente, nos coloca uma situação para que saibamos nossa fragilidade. Para que possamos dar valor ao que temos.
    A vida precisa por a prova nossa fragilidade.
    Um doce beijo. Força, fé e amor....

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  5. Estou com o Same Old Guy, este é daqueles complicados... mesmo assim, desejo fortemente que a tua mãe se recomponha e dê paz ao teu coração :)
    Beijinhos

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