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sexta-feira, 28 de março de 2025

Hoje é sem foto...

Gostar é ter pressa para chegar a casa, é desistir de sair porque começou a chover, é deixar para depois o que poderia ser feito hoje. 
Amar é sofrer por cada segundo que passa, é não ver o tempo passar e na hora de ir embora, lamentar: mas já?
Amar é sair debaixo de chuva, se preciso for, ou inventar um desses programas com edredons, filmes e carinhos, é aprender com o passado, viver o presente e se importar com o futuro.
Gostar é beijar e não perder a noção do tempo nem do espaço. 
É saber muito bem onde se está e de vez em quando, abrir os olhos para conferir o mundo à volta. 
Amar é permitir ser sequestrado por um beijo, é viajar na velocidade da luz, é sentir que está perdido e não fazer esforço algum para tentar se encontrar. 
Amar é quando o beijo te deixa atordoado, sem fôlego e sentindo-te especial. 
Gostar é quando o beijo tem começo, tem fim, mas não tem história, é quando tu sentes que és apenas mais um.
Quando não existe amor, o relacionamento pode ser bom, mas não deixa de ser só atracção. 
Amar é ter uma ligação que vai além da carne, é uma junção de almas. 
Gostar é ter vergonha de expor os seus defeitos, é esconder os erros debaixo do tapete, é tentar mostrar que é sempre perfeito, mas por trás, sabe que não está sendo verdadeiro.
Amar é não ter vergonha dos seus defeitos, é exibi-los sem receio, é deixar bem claro que está longe de ser alguém perfeito, mas que jamais faria algo que magoasse o outro.
Gostar é dormir junto, mas levantar cedo no outro dia para outros compromissos. 
Amar é abrir mão da sua rotina é querer ficar até a outra vida. 
Gostar é ver as qualidades, mas perceber os poucos defeitos. 
Gostar é dar as mãos, mas ainda assim não se sentir seguro. 
É seguir com alguém, mas carregar aquela leve impressão de que não vai dar em nada. 

Gostar é  prender-se ao outro. 
Amar é escolher ficar mesmo com tantas opções para fugir.

Gostar é prometer, 
Amar é surpreender. 
Gostar é falar, falar, falar...
Amar é agir.
 Gostar évou ver e qualquer coisa eu ligo’, 
Amar é " liguei-te para dizer que estou a caminho”. 
Gostar é pensar: ”Eu espero que ela/e  me envie uma mensagem, ou envio eu?”, 
Amar é aparecer, comparecer, é dizer o que o coração sussurra. 
Gostar é preferir calar e falar só o que a mente deseja. 
Gostar é querer estar sempre certo. 
Amar é aceitar que nem sempre estás certo. 
Amar é ceder, é não ter vergonha de demonstrar afecto. 

terça-feira, 25 de março de 2025

Coisas do coraçao


 

O coração tem quatro cavidades.
A primeira é só tua, para a tua vida e as tuas coisas.
A segunda é para a família, os filhos, os amigos que são como irmãos.
A terceira é para as coisas leves, os disparates que te apetecer fazer, e a quarta é para o que tu quiseres.
Pode ser para mim, se ambos assim decidirmos.
Mas tens de pensar bem nisto e ter a certeza, porque está tudo a ser tão bom que há pouca margem para equívocos, percebes o que te estou a dizer, não percebes?

sexta-feira, 21 de março de 2025

Sorrisos...


                                                            "Creio que foi o sorriso.

Sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz lá dentro,
apetecia entrar nele
tirar a roupa, ficar nu dentro daquele sorriso
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.


 
                                   (Eugénio de Andrade)

segunda-feira, 17 de março de 2025

Quem sou eu?


Sou a filha que cresceu sem dar trabalho, que
aprendeu cedo a sufocar suas dores para não
pesar nas costas de ninguém.
Sou a menina que nunca reclamava, que sempre se esforçou para ser o que esperavam dela, não por medo de decepcionar, mas porque acreditava que talvez, ao ser boa o suficiente, alguém a olharia com o cuidado que ela tanto desejava.
Sou a irmã bruta, a que parecia forte, a que
sempre a protegeu, mesmo
quando sua força era apenas uma máscara.
Sempre pronta para resolver problemas, para 
oferecer um ombro, para ser aquela em quem
podiam confiar...
Mas quem cuidava de mim quando eu me sentia desmoronar por dentro?
Sou a menina que aprendeu cedo demais a se
curar sozinha, não porque queria, mas porque
teve que aprender.
Porque o mundo parecia sempre ocupado demais para ver que, por trás da força, existia uma alma cansada, com feridas abertas e um desejo simples: ser cuidada.
No fundo, nunca quis ser a mais forte, eu só
queria, por um momento, largar o peso do
mundo que carrego nas costas e ser acolhida.
Queria que alguém me dissesse: 
“Não precisas ser forte sempre.”
Queria que alguém visse as minhas lágrimas, mesmo quando eu tentava escondê-las.
Por muito tempo,perguntei: 
Será que é tão difícil ver que, por trás da fachada de
quem resolve tudo, existe uma pessoa frágil?
Será que pedir para ser cuidada é demais?
Hoje, escrevo esta carta não por rancor,
mas por um cansaço que transborda.
É uma tentativa de gritar o que sempre guardei no silêncio., porque, por mais que eu saiba me curar sozinha, sempre haverá uma parte de
mim que anseia por alguém que diga: 
“Hoje vou cuidar de ti.”
Mesmo que esse dia nunca chegue, ao menos aqui, nessas palavras, minha dor encontra sua voz.
Com toda a fragilidade que sempre escondi,
A menina que só queria ser cuidada.

sexta-feira, 14 de março de 2025

Sobre ela...


 Nunca ninguém vai saber de tudo! 
Ensinara-lhe a vida a guardar dentro de si a verdade dos seus dias.
Avessa a vidas e a pessoas perfeitas. 
Ela é a personificação de regras que foram feitas para serem quebradas e de que a vida é feita de solavancos.
Aprendeu a rir de si e com os outros. 
Aprendeu a ser para os outros. 
Mesmo quando não está lá ninguém. 
E, tantas vezes, lhe faltaram. 
Ela, sabe de onde vem e para onde quer ir. 
Eterna sonhadora e desesperada resiliente.
Pinta os lábios que lhe disfarça sorriso, às vezes, parco. 
Veste-se de cor para se lembrar que nem todos os dias são cinzentos. Apaixonada por pessoas bonitas... por dentro. 
Apaixonada por gente de bem e que pratica o bem.
Sobre ela...?
Ninguém sabe o que lhe vai na alma. 
Aprendeu a calar, porque de todas as vezes em que pôs o coração cá fora, sugaram-na. 
Aprendeu a gostar de silêncios e a ser com ela. 
Fala sozinha tudo aquilo que gostava de poder dizer em alta voz. 
Não é certo nem errado, é a sua forma de se proteger. 
Não precisa da aprovação dos outros para viver. 
Não quer saber. 
Ela não é os outros... 
E os outros, não sabem e nunca saberão tudo sobre ela.

terça-feira, 11 de março de 2025

Se eu ainda sonhasse seria mais ou menos assim...


 

Gosto do cheiro que fica na pele depois do toque. 
Gosto dos resquícios de perfume que pairam no ar. 
Gosto daquele toque subtil, onde o meu nariz se cruza com o teu pescoço numa dança de desejos, onde ambos cheiramos a saudade. 
Gosto do "fica mais um pouco" misturado com o "ainda não foste e já te sinto a falta." 
E gosto ainda mais do "tenho de te ver!"
Gosto de contar os dias para estarmos juntos e gosto de te sonhar no meu dia a dia. 
Gosto das tuas mãos que me agarram pela cintura e gosto de ouvir a tua respiração no meu ouvido. 
Gosto de fazer planos acordada como se fosse viver dos sonhos que alimento e gosto de te observar em silêncio, sem que tu imagines tudo o que me passa pela cabeça. 
Gosto de me aninhar no teu peito, enquanto sinto os teus dedos vaguear por entre os meus fios de cabelo.
Gosto do jogo de luzes e sombras que te estampam o rosto pela noite dentro e gosto de imaginar de que cores são feitas as tuas vontades. 
Gosto de te ouvir falar de como foi duro o dia e de como estavas ansioso por voltar ao abraço-casa. 
Gosto desse cheiro a vida, desse pulsar à flor da pele... 
Sabes a conforto, cheiras a paixão... cheiras a problemas, daqueles que a gente deixa para resolver depois...

quarta-feira, 5 de março de 2025

Amores impossiveis.


 

Os amores impossíveis carregam uma beleza única, quase poética, que parecem existir entre o sonho e a realidade
Eles são como as estrelas, distantes e intocáveis, mas sempre brilhando, bem lá no fundo do peito.
Esses amores ensinam-nos o que é sentir com intensidade, mesmo quando a lógica nos pede que recuemos, mesmo que a vida nos apresente motivos para os deixar ir…
Eles ficam ali, como um segredo silencioso, pulsando a cada lembrança, em cada “e se” que nunca se concretizou.
Há algo de eterno nos amores impossíveis.
Não porque durem, mas porque nunca terminam de verdade.
São feitos de momentos não vividos, de palavras que ficaram presas na garganta e de caminhos que nunca se cruzaram.
E, mesmo com toda a dor que nos trazem, transformam-nos.
Porque no fundo os amores impossíveis não são sobre quem não ficou… 
mas sobre o que descobrimos sobre nós mesmos ao amar tanto, tão profundamente sem nunca alcançar o fim…