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segunda-feira, 7 de março de 2022

Os devaneios continuam...



Os meus amigos nunca te verão sentado na mesma mesa, nem saberão que foste tu que me trouxe paz no meio do caos. Os meus familiares nunca saberão o teu nome. E há lugares que nunca terão a sorte de nos ver juntos. E aquela série que deixei a meio para um dia te recomendar, já me não me apetece terminar de ver, porque o final deve ser triste e triste já eu estou. E a minha caixa de mensagens, cheia de mensagens nossas, acabará perdida no fundo de todos os contactos. E sei que quando a saudade me apertar, voltarei lá para te sentir mais perto de mim. E o teu número não gravado no telefone… acredita, nunca lhe daria uso, para não te incomodar, ficaria apenas ali como lembrança de que um dia estiveste aqui. E, tu não sabes, mas a minha almofada tem o teu perfume, aquele que nunca senti e, talvez por isso, todos os meus sonhos acordados, cheirem a ti.

Não sei se o tempo foi errado ou nós não soubemos ser certos, mas sei que o meu melhor não foi suficientemente bom para ti. E quis tanto que tivesse sido... E demorei tanto para saber quem eras tu... Mestre das fugas e dos subterfúgios para que não te visse. Mas eu vi. Vi-te por dentro, de todas as vezes, em cada palavra, em cada muro que ergueste... Vi-te com o coração, porque com os olhos toda a gente vê.
E sabes, talvez isto tenha sido apenas um ensaio... Ou talvez não, mas sei que havemos de nos encontrar... Nem que seja nas memórias um do outro. Nem que seja para nos despedirmos num abraço e nos olharmos uma última (primeira) vez.