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sexta-feira, 18 de julho de 2025

Tu...


 

E se eu pudesse escolher alguém para voar comigo, serias tu. 
Serias sempre tu.
Serias a escolha perfeita para os dias coloridos e serias o par ideal para as noites mais longas. 
Serias o pôr do sol de domingo a abraçar as loucuras de sábado à noite. 
Serias o regaço em dias de trovoada e serias a luz em noites calmas.
Não te sei traduzir o quanto me és, e nem quero... 
Não precisas de rótulos que te definam, pois és, a forma mais bonita de se querer alguém. 
És bússola no meu caminho ao mesmo tempo que sentir-te me ferve nas veias. És razão e paciência, és tolerância e compreensão, és gente que cuida da gente, sem saber que está a cuidar. 
E é isso que torna diferente. 
Esse cuidado, essa leveza de quem é naturalmente do bem, essa espontaneidade que te é intrínseca e que fazes porque sim. 
És a personificação de gente que já não se faz ou então sou eu que tenho a sorte de te conhecer assim.
És-me tanto que nem sabes o quanto... 
E, queira a vida, que te possa guardar sempre assim.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Coisas da vida


 

Para ela, ele era o tipo mais errado do mundo! 
Mas ela gostava dele! 
Era como se houvesse uma qualquer força dinâmica que os aproximava...
Havia qualquer coisa nele que a desconcertava... ainda não descobrira exatamente o quê, mas sabia que o seu coração batia mais depressa quando ele aparecia...
Para ele, havia tempo, havia calma e toda uma vida pela frente para viver o que aparecera no caminho... já ela, queria viver tudo depressa, queria apagar o mundo e ficar ali a pensar nele...
Para ela, ele era demasiado perfeito... já ele, mostrava-lhe o contrário...
Ela não entendia o que ele via nela! 
Não porque ela não se valorizasse, mas porque ele era tão errado, que talvez isso fizesse com que tudo batesse tão certo...
Gostavam um do outro... era notório, estava à vista de todos... mas não podiam estar juntos...

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Um dia alguém perguntou-me...


 

“E de ti, quem cuida?”
Falas dos outros. Da tua família. Do trabalho. Das tuas guerras diárias…
Mas quem te deseja bom dia com alma?
Quem te arranca para um almoço só para te ver sorrir?
Quem te manda aquela mensagem que te desarma?
Não é isso que nos faz sentir vivos?
Ter alguém que, no fim do dia, escolhe ficar…
… e não fugir para o conforto seguro de um porto qualquer.
Amar exige coragem, compromisso ...
E onde está essa pessoa que te olhou e viu o que eu vejo?
Porque chamar-te linda, forte, única, extraordinária… é fácil.
Qualquer um diz.
Mas arriscar amar-te?
Isso sim… é outra história.
É difícil amar uma mulher cheia de cicatrizes.
Eu sei.
Nem todos chegam a ti.
Fui travado pela tua muralha, vítima do teu escudo.
Mas impossível? Nunca.
Amei-te em silêncio… uma vida inteira.
Segui-te nas sombras, não por medo… mas por lealdade.
Para que nunca duvidasses: mesmo calado, a minha amizade sempre te pertenceu.
Tu fechas-te quando o mundo te cai em cima.
Mas mesmo assim…
És daquelas mulheres por quem vale a pena lutar até ao fim."


Obrigada pela dedicatória.
Eternamente tua...
Tua amiga.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Pensamentos


Eu tenho a minha história, o destino que carrego nos meus ombros.
O passado de tudo o que já passei, as dores que me fizeram doer a alma, mas que me transformaram em tudo o que hoje sou.
 As gargalhadas que dei quando a vida me deixou sem respostas e as bofetadas que levei quando eu me quis rir da vida.
 As lágrimas que chorei pelas desilusões e as ilusões que carreguei sem querer ver a verdade da vida.
A minha história é só minha, são as linhas que desenhei no percurso sinuoso da minha existência.
 Os caminhos onde procurei a esperança e as encruzilhadas em que não soube escolher a melhor rota a seguir.
Durante anos caminhei por esses trilhos, deixei que o mundo me tratasse com queria.
 Tomei decisões erradas e errei em tantas ocasiões.
Não fui quem devia ser e deixei que me julgassem por quem não era.
 Fiz tantas asneiras e dei tantos passos errados, escrevi nas páginas que outros já tinham escrito e deixei tantas páginas em branco.
Talvez tenha deixado uma história a meio, por me faltar a coragem de lutar por aquilo que sou e não pelos ideais que o mundo me impunha.
 Por isso, deixei sonhos para trás e fui ultrapassada por sonhos que não fui capaz de segurar.
Foi assim que construí a minha história e sou quem sou por minha culpa e não por culpa de outros.
Tenho o que tenho porque não lutei por mais e faltam-me tantas coisas por não ter sabido arriscar no momento certo.
Mas, a vida diz-me que ainda é tempo, que há muita coisa que ainda posso fazer, muitas realidades que posso inverter.
Afinal a vida ainda está nas minhas mãos e sou eu quem a pode decidir, basta-me apenas ter força de vontade para me fazer renascer.....
 

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Há dias assim...


 

Há dias em que não sei se estou triste ou só cansada de fingir que não estou.
As pessoas confundem. 
Olham para mim e acham que sabem. 
Que porque continuo a andar, estou bem. 
Mas às vezes só continuo a andar porque parar parece ser mais perigoso.
Não me leem. veem o que querem ver.
Acham que porque não grito, estou em paz. 
Que porque respondo, estou disponível. 
Mas há dias em que só queria que o mundo se calasse. 
Que ninguém me pedisse nada. 
Nem um bom dia. 
Nem um sorriso.
Canso-me de explicar. 
De justificar o ar ausente, o olhar que foge, o corpo que se encolhe.
Não estou zangada, não estou chateada, não estou má, estou só… gasta. 
Gasta por dentro.
E não é drama. 
Não é falta de amor próprio.
É só aquilo que ninguém vê porque eu não deixo.
Porque aprendi a esconder antes de aprender a pedir ajuda.
Não quero que me entendam todos os dias.
Só quero que, de vez em quando, alguém me diga:
“Não tens de dizer nada, eu percebo.”
E que perceba mesmo. 
Sem precisar que eu rebente. 
Sem que o meu silencio precise de legenda.
É só isso…
Ser vista.
Mesmo quando me escondo.


sexta-feira, 16 de maio de 2025

Desabafos...


 Não sou heroína, não sou exemplo, não sou lição para ninguém. Sou só carne, osso e uns quantos traumas que fui aprendendo a usar como armadura. A verdade é que a vida não me fez mais forte. Fez-me resistente. Que não é bem a mesma coisa.
Força é quando tu escolhes lutar. Resistência é quando continuas porque não há outra hipótese.
E eu continuo.
Não porque sou mais corajosa, mas porque sei o que me espera se parar. Já vi o fundo de mim. Já estive no escuro onde a cabeça grita e o corpo fica mudo. Já me despedi mentalmente de tudo o que tinha e mesmo assim, no último segundo, houve qualquer coisa, mínima, miserável, a dizer: "Ainda não".
Não sei se é fé, se é teimosia, se é o instinto de sobrevivência animal. Mas existe. E, foda-se, é mais forte do que eu.
A vida ensinou-me a deixar cair quem pesa mais do que ajuda. A escolher os silêncios em vez das discussões estéreis. A aceitar que há dores que ninguém vai perceber e que nem vale a pena explicar. Que não há diploma para quem aguenta. Que não há prémio no fim, nem um aplauso no último acto.
Mas também me ensinou que o simples facto de acordar no meio do caos já é uma pequena vitória. Que há beleza em sobreviver. Mesmo de olhos vazios, mesmo sem poesia, mesmo sem esperança. Sobreviver é a forma mais pura de desafio.
E enquanto eu respirar, eu vou. Nem sempre bem. Nem sempre certa. Mas vou. Porque o inferno que me espera se desistir é muito pior do que qualquer merda que eu tenha de atravessar.
Por isso, não me venham com merdas de positividade barata, de clichês de almofada, de frases feitas. Guardem isso para quem lê Gustavo Santos.
Eu sigo. Na raça. No instinto. Na verdade crua. E às vezes, na puta da raiva. Porque, no fim, é isso que me faz humana. E eu não troco isso por nada.


terça-feira, 13 de maio de 2025


O relógio marca a hora...o calendário marca a data...o coração marca o ritmo... só a morte chega sem avisar! 
Vivemos quase como se fossemos imortais... só o vizinho morre, o pai daquele teu amigo, a prima da tua namorada... e deixamos tudo para amanhã! 
Principalmente, aquelas palavras presas na garganta que teimam em sufocar.
Amanhã, podes não ouvir o despertador, podes já nem ter que ir trabalhar, podes deixar de ver os teus filhos crescer, podes perder um grande amor... pode tanta coisa acontecer...que tu podes já cá não estar para ver!
E agora? 
Estás a viver ou a sobreviver? Já pediste desculpa? Já disseste obrigado? Já disseste a todas as pessoas de quem gostas, o quanto gostas? 
Estás a viver os teus sonhos? Ou estás só tomado pelo medo?
A vida não espera e quando perceberes... já passou!
E a mim? 
Se acordares amanhã, o que me dirias? 
Já que não tiveste coragem de o dizer hoje...