Hoje, sentei-me à mesa de um café qualquer, esperando por alguém
que já fui.
Ela chegou dez minutos atrasada…como sempre.
Enquanto eu, pontual, observava o tempo passar com uma estranha mistura de nostalgia e melancolia.
Quando ela entrou, vi nos seus olhos um brilho que já não reconheço em mim. Ela ainda sonha alto, ainda acredita que algumas pessoas ficarão para sempre. Vive com pressa, mas nem sabe exatamente para onde quer ir.
Ela chegou dez minutos atrasada…como sempre.
Enquanto eu, pontual, observava o tempo passar com uma estranha mistura de nostalgia e melancolia.
Quando ela entrou, vi nos seus olhos um brilho que já não reconheço em mim. Ela ainda sonha alto, ainda acredita que algumas pessoas ficarão para sempre. Vive com pressa, mas nem sabe exatamente para onde quer ir.
Neste momento quis avisá-la de tantas coisas, mas, ao mesmo tempo, não quis
arrancar-lhe a inocência que um dia me fez continuar.
Ela sentou-se à minha frente, curiosa, desconfiada e sorriu com aquele jeito de quem acha que tem tudo sob controle.
Olhei-a com tristeza e quis dizer-lhe:
Ela sentou-se à minha frente, curiosa, desconfiada e sorriu com aquele jeito de quem acha que tem tudo sob controle.
Olhei-a com tristeza e quis dizer-lhe:
"Ainda não sabes, mas
vais chorar por quem nem se importa contigo. Vais perder-te em noites solitárias, tentando
entender onde erraste. Vais duvidar da tua própria força, vais sentir-te pequena e invisível."
Mas em vez disso, segurei-a pelas mãos e sussurrei:
Mas em vez disso, segurei-a pelas mãos e sussurrei:
"Vai
doer, mas sobreviverás. Irás aprender que não precisamos implorar por amor. Vais
descobrir que algumas partidas são livramentos, que a solidão nem sempre é um
castigo, mas uma oportunidade para te encontrares. Entenderás que ser forte não
significa não chorar, e que ser feliz não significa não ter cicatrizes."
Ela olhou-me como se quisesse perguntar algo, mas não conseguiu.
Ela olhou-me como se quisesse perguntar algo, mas não conseguiu.
Talvez tenha sentido no meu olhar a
saudade do que fomos e a dor do que nos tornamos.
O tempo passou rápido, e ela, ainda apressada, disse que precisava ir.
O tempo passou rápido, e ela, ainda apressada, disse que precisava ir.
Como sempre, estava correndo atrás de algo que nem sabia o que era.
Eu observei-a
a afastar-se, e, por um instante, quis chamá-la de volta.
Quis dizer-lhe que um
dia, ela vai chegar na hora certa, no momento certo, na vida certa.
Mas deixei
que ela fosse, porque aprendi que cada um tem seu próprio tempo para entender a
vida.
Ela foi embora. Mas parte dela ficou em mim.
E, enquanto o café esfriava, percebi que talvez eu também não tenha chegado no horário certo.
Mas cheguei no meu próprio tempo…
Ela foi embora. Mas parte dela ficou em mim.
E, enquanto o café esfriava, percebi que talvez eu também não tenha chegado no horário certo.
Mas cheguei no meu próprio tempo…