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sexta-feira, 3 de abril de 2020

Fui ali... já volto...




Não era a guerra, mas eram as trincheiras. 
Era o medo. 
A saudade de quem fica para trás. 
A angústia e a incerteza de não saber o que trazemos agarrados à pele... 
Era a luta sem rosto. 
Mas é a certeza de que tudo foi feito. 
Que a consciência dorme tranquila. 
Faço pelos meus e pelos filhos de ninguém. 
Desejem-me sorte e coragem... 
E que os dias longos se tornem mais curtos...
Passei um dia inteiro a questionar: "porquê eu?" ' Porquê a mim?" 
Eu quero acreditar que me estava destinado pelas melhores razões. 
E não sou hipócrita, pensei em virar as costas confesso... 
Mas sei que os meus estão bem e os outros estarão ou não.
Expliquei à minha sobrinha o que ia fazer e ouvi: "tenho muito orgulho em ti"! Sei que vou pelas razões certas. 
Pelos que deixo e pelos que vou encontrar.
Hoje faço a mala... 
Não sei por quantos dias porque não me considero invencível ou imortal... Faço para ir até onde der. 
Faço para amparar os que já estão em queda livre.
E eu tenho tanta sorte. 
Pelos que me querem bem. 
Pelos que me amam. 
E pelos que amo também. 
Prometo voltar depressa.

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