Fico
sempre a perguntar-me onde falhei, o que faltou, porquê e porquê...
Tenho este enorme problema, assumidissimo, de pensar demais. Penso
antes, durante e depois. Questiono todas as minhas escolhas, o que
poderia ter feito diferente, que palavras poderia ter trocado, que
atitudes poderia ter emendado. Coloco-me no lugar do outro, tantas vezes
quantas forem necessárias e quando não encontro as respostas, demoro
até encontrar a minha paz. Tenho sempre a consciência de que há muito a
melhorar, que podemos sempre aperfeiçoar e se há coisa que me inquieta é
esta incerteza das coisas, estas dúvidas em relação a mim e aos outros.
Gosto de estar bem comigo e com os meus e quando as situações mudam
sem que eu consiga perceber o porquê, abala-me de uma forma que me
consome. Nem sempre agimos de uma forma intencional e até podemos acabar
por magoar os outros, mas gosto de o saber. E embora tenha uma mente
inquieta que, às vezes pode tornar-se um verdadeiro tsunami, a minha
preocupação é saber que não falhei com ninguém, pelo menos de forma
deliberada... E sentir que pessoas de quem gosto se vão sem um porquê,
encolhe-me por dentro. Eu sei que nem toda a gente é de ficar, aliás, a
grande maioria é temporária, mas sei lá... dói-me. Pelas partilhas, pelo
afecto, pela conexão... e por tantos outros factores que eu não posso
controlar. Gosto de guardar pessoas na minha vida e mesmo que deixem de
fazer parte do meu quotidiano, preciso de tudo explicado. Preciso de
perceber tudo, preciso de deixar um ambiente saudável e guardar as
coisas bonitas... Outro defeito. Tenho noção que sou a personificação de
intensidade, que prende e afasta na mesma medida, tenho noção de que as
minhas palavras são, muitas vezes um choque, precisamente pela
intensidade que lhes dou. Tenho noção de que toda eu sou uma bagunça
embutida num corpo, mas não há nada que me incomode mais do que vazios,
de quando não sobra nada...
terça-feira, 6 de abril de 2021
Pensamentos meus...
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