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quarta-feira, 29 de junho de 2022

Há um amor...


 

Há um amor que me falta nas paredes cheias de um coração roto. 
Há uma saudade que não se explica nos lugares vazios.
No mundo ideal, nas utopias imaginadas com tudo aquilo que gostaríamos de ter, imagino experimentar o outro lado...
O do amor recíproco. 
Sem mas. 
Sem porquês. 
Só sentir e fazer sentir. 
Imagino perder-me nos pormenores e nas pequenas coisas do dia a dia que, são ainda as poucas capazes de revelar um coração. 
Imagino aquele desejo carnal aliado ao sentimento tão bonito de querer guardar a pessoa para sempre. 
Imagino o que é ter alguém que te dê tudo aquilo na medida do que tu dás. 
E não, não preciso disso para me sentir completa, mas gostava. 
Não quero morrer sem isso. 
E no fundo, é isso que praticamente todos buscamos, embora poucos o admitam.
No mundo real, onde já ninguém se preocupa com ninguém, onde as pessoas batem com a porta com a mesma facilidade com que a abriram, só quero viver. Mas com verdade. 
Com total transparência. 
Cartas em cima da mesa e jogo limpo. 
Quero ter a certeza do que posso e não posso dar e do que é para ser em vez de ter que adivinhar. 
É pedir assim tanto?
 

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