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segunda-feira, 17 de março de 2025

Quem sou eu?


Sou a filha que cresceu sem dar trabalho, que
aprendeu cedo a sufocar suas dores para não
pesar nas costas de ninguém.
Sou a menina que nunca reclamava, que sempre se esforçou para ser o que esperavam dela, não por medo de decepcionar, mas porque acreditava que talvez, ao ser boa o suficiente, alguém a olharia com o cuidado que ela tanto desejava.
Sou a irmã bruta, a que parecia forte, a que
sempre a protegeu, mesmo
quando sua força era apenas uma máscara.
Sempre pronta para resolver problemas, para 
oferecer um ombro, para ser aquela em quem
podiam confiar...
Mas quem cuidava de mim quando eu me sentia desmoronar por dentro?
Sou a menina que aprendeu cedo demais a se
curar sozinha, não porque queria, mas porque
teve que aprender.
Porque o mundo parecia sempre ocupado demais para ver que, por trás da força, existia uma alma cansada, com feridas abertas e um desejo simples: ser cuidada.
No fundo, nunca quis ser a mais forte, eu só
queria, por um momento, largar o peso do
mundo que carrego nas costas e ser acolhida.
Queria que alguém me dissesse: 
“Não precisas ser forte sempre.”
Queria que alguém visse as minhas lágrimas, mesmo quando eu tentava escondê-las.
Por muito tempo,perguntei: 
Será que é tão difícil ver que, por trás da fachada de
quem resolve tudo, existe uma pessoa frágil?
Será que pedir para ser cuidada é demais?
Hoje, escrevo esta carta não por rancor,
mas por um cansaço que transborda.
É uma tentativa de gritar o que sempre guardei no silêncio., porque, por mais que eu saiba me curar sozinha, sempre haverá uma parte de
mim que anseia por alguém que diga: 
“Hoje vou cuidar de ti.”
Mesmo que esse dia nunca chegue, ao menos aqui, nessas palavras, minha dor encontra sua voz.
Com toda a fragilidade que sempre escondi,
A menina que só queria ser cuidada.

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