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segunda-feira, 28 de abril de 2025

Talvez eu queira que ele saiba que eu tenho medo.



Gosto da forma como ele me contraria.
Gosto e ele não sabe que eu gosto.
E eu contrario-o e ele surpreende-me.
Às vezes tenho medo, mas ele não sabe.
Habituei-me a ser selvagem.
Os selvagens não têm medo, pois não?
Sabem defender-se.
E eu defendo-me atacando.
Assim ninguém sabe que tenho medo e fogem antes de perceberem.
Eu não quero que ele fuja.
E não quero que ele me deixe fugir.
Talvez eu queira que ele saiba que tenho medo.
Às vezes não lhe digo o que sinto para não me sentir nua.
Não estou habituada a sentir-me nua por dentro… fico com frio na alma.
Será que também isso é medo?
E tento esconder-me sorrateiramente atrás da minha muralha, mas ele sabe onde me escondo… e mima-me sem reservas… e contraria-me mais uma vez deitando-se sobre o muro que construi em mim e retirando pedra por pedra… pacientemente… apaixonadamente… é assim que ele me trata… contrariando a única forma de vida que conheço… o meu modo de sobrevivência…
Às vezes eu tenho medo, mas ele não sabe.
Talvez eu queira que ele saiba.

 

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Paris...



Da minha janela eternizei parte da minha vida... Paris para sempre!



 Cada vez que volto a "casa" é como se abrisse a janela da minha infância e tivesse do dom de voltar no tempo... 

Aqui fui feliz, nesta rua... estas árvores contam histórias de mim que mais ninguém conhece... 
Mas a vida é feita do presente, do passado já ninguém quer saber... por isso é sempre bom voltar a Paris, mas é sempre melhor regressar a Portugal.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Fui teu tudo…, mas tu foste meu nada.


Dei-te o meu corpo, a minha alma, o meu sorriso e o meu abrigo.
Tu retribuíste com silencio, desprezo e mentiras.
Enquanto eu sonhava com o nosso futuro, tu vivias enganando-me.
Enquanto eu lutava por nós, tu lutavas contra mim.
Nem sei quantas vezes silenciei a minha dor só para não te perder.
Quantas vezes engoli o meu orgulho só para que ficasses comigo.
Mas tu já tinhas partido… só o teu corpo estava presente.
Porque a tua mente vagava em outras camas, outros corpos, outras histórias…
Fui intensa quando devia ser cautelosa…
Fui farol para quem nem sombra merecia.
Fui luz para a tua escuridão, mas tu apagaste a minha chama.
Hoje não te quero de volta!
Nem com pedidos, nem com lágrimas, nem com promessas recicladas.
Perdeste-me naquele dia… sabes? 
Aquele em que fizeste do meu amor um capacho.
No dia em que o meu choro se converteu em música de fundo para o teu descaso.
Não sou mais o teu porto seguro nem a tua última opção.
Não me procures no teu desespero, porque já me perdi de ti.
Hoje sinto-me inteira. Sem rachaduras tuas.
E se a saudade bater à minha porta, deixo-a ficar do lado de fora.
Porque a minha casa agora é só para quem sabe amar… e tu não sabes!


 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Coisas minhas...


 

Quando me perguntam como estou, a minha resposta é sempre. 
"BEM"
É mais fácil do que explicar a tempestade que existe dentro de mim.
Quando me perguntam: o que tens? a resposta é 
"NADA"
Porque explicar o que sinto torna a dor mais real.
Quando me perguntam se preciso de algo...
A resposta é sempre: 
"NÃO"
Porque admitir que preciso de alguma coisa faz-me lembrar o quanto só eu me sinto.
Porque às vezes o silêncio é mais confortável que a verdade.
Às  vezes é mais fácil fingir que está tudo bem do que tentar explicar o que nem eu entendo.
Não sei quando aprendi a fingir tao bem... 
Mas... sinceramente, queria esquecer como isso se faz.