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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Podia dizer-te que te amava.


 

Pois podia. 
E essa é a resposta que tu julgas mais acertada. 
A certeza que todo o mundo julga ter. 
Só que não é essa a minha verdade. 
A verdade é que te amo e não te amo.
Agora ficaste confuso, não foi?
Também eu. 
Todos os dias fico confusa quando penso em ti. 
É verdade que tenho um sentimento especial por ti. 
Um sentimento que carrego no coração, sem que ele me pese. 
Pelo contrário, dá-me tanta leveza que quando penso em ti só me apetece voar. 
Só que ainda não descobri que nome dar a este sentimento.
Não é amor o que sinto. 
Não existe aquela química da paixão. 
Não despertas em mim o desejo carnal, não há aquele desejo de que sejas só meu. 
Não me arrepias a pele quando me tocas. 
Percebes? 
Eu amo-te e não te amo. 
Preciso de encontrar a palavra certa para definir o que sinto.
Gosto que me olhes com esse olhar maroto, que eu adoro. 
Gosto quando te sentes feliz e me beijas o sorriso. 
Quando agarras a minha mão e a beijas com gratidão. 
Quando me abraças e me sinto protegida. 
É que nesses momentos perco a minha razão. 
Procuro por uma explicação e ela não aparece.
Amo-te e não te amo. 
Parece confuso, mas é a realidade.
Há uma vibração que vem de ti e que me alimenta o coração. 
Sem que seja paixão. 
Transformaste o meu mundo. 
Pisaste o meu chão. 
Mostraste-me o outro lado da vida. 
Cultivaste no meu jardim a tentação. 
Eu recebi-te de braços abertos. 
Encostei-me no teu peito. 
Um abraço que me deu conforto. 
Um abraço que me fez criar asas. 
Um beijo que me deu esperança. 
Um olhar que me deu coragem.
Talvez seja isso, o que nos une é a gratidão.
Eu sei que tu estás sempre aí para me dares a mão. 
Eu estou sempre aqui para de confortar com o meu abraço. 
És o meu anjo da guarda. 
Um anjo maroto que por vezes me empurra para a tentação. 
Aquele malandro carinhoso que me mostra o caminho da perdição.
Sabes, eu amo-te.
Amo-te como só os amigos sabem amar. 
É assim que eu te amo. 
E este amor nunca irá acabar. 
O teu lugar no meu coração é eterno. 
Ninguém o conseguirá roubar. 
Por mais amores que passem pelas nossas vidas. 
Tu serás sempre meu e eu serei eternamente tua.
É assim que eu te amo...


quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Sonhos e afins...


 Quando se viram pela primeira vez, corria um rio à frente deles. 
Entre o entusiasmo e a excitação, as mãos dela tremiam e o coração acelerava em cada batida. 
Ele cheirava a conforto e o seu sorriso era a personificação de paz. 
Ela nem conseguia olhar para ele. 
Queria tanto estar ali que nem sabia como agir. 
Ouviram juntos aquela água correr e o silêncio que os envolvia. 
Eram só eles ali. 
E ela desejou baixinho que fosse sempre assim... 
Só eles.
Olharam-se nos olhos, abraçaram-se e riram... 
Um do outro, um com o outro.
Voltaram àquele rio uma outra vez... 
Já sem o nervoso da primeira vez, mas com o mesmo entusiasmo. 
Ela gostava de o olhar discretamente. 
Gostava da forma como ria e de como tudo parecia fácil. 
Gostava de o admirar em silêncio ao mesmo tempo que o provocava. 
Ele tinha um ar de malandro quase poético que, de tão provocatório o tornava particularmente encantador. 
Tinham uma conexão mental inexplicável e uma leveza no trato que os fazia serem miúdos de novo. 
E de cada vez que se tocavam, havia uma química visceral difícil de controlar. Sabiam que se queriam.
O rio continua lá,a água continua a correr...
Ela agora senta sozinha na margem do rio... 
Com saudades dele.