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terça-feira, 3 de novembro de 2020

Por vezes...



 
 Carregamos nas costas o peso de uma bagagem emocional que nos transforma, que nos tolda, que nos faz vilões de histórias que poderiam ser perfeitas. 
Os filhos que fomos, os pais que tivemos, os abusos "consentidos", os limites que não soubemos impor. 
Fechamos tudo em gavetas, guardamos tudo debaixo do tapete... 
E quando levantam uma pontinha, vem tudo em avalanche. 
O medo do novo, o medo de voltar a acontecer de novo, o medo de quem vem sem sabermos ao que vem. 
E fazemos o que a maioria das pessoas faz... 
Só ouvimos o mau, porque não fomos ensinados a filtrar o bom. 
E transferimos para os outros as facturas que outros não pagaram. 
Fechamo-nos e todas as decisões são papel químico de outras que tivemos antes. 
Porque continuamos feridos. 
Porque a insegurança de voltarmos às mesmas sensações que nos destruíram, nos tolhem. 
Mas não podemos viver em comparações eternas e precisamos validar que não há pessoas iguais...e ainda bem.
E se te fazem sorrir, retribui. 
E se te tratam bem, retribui. 
Se tens saudades, diz. 
Se queres ver, faz acontecer. 
Larga a armadura, sai da carapaça. 
Quem te trata como tu mereces, merece ser tratado exactamente da mesma forma, com a mesma reciprocidade. 
O outro não é responsável pelas dores que te fizeram sentir outrora. 
Vai... 
Vai ver as cores de que se pinta a vida, deixa o coração bater... 
E aprender a guardar o bom... 
E só o bom!

2 comentários:

  1. Linda poesia, meus parabéns.

    Arthur Claro
    http://www.seminudez.blogspot.com

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  2. Lirinho docinho!!!
    H´um tempo em nossa vida... mesmo na idade em que estou, onde os fantasmas nos acusam de tudo: O que fizemos, o que não fizemos e o que poderíamos ter feito se tivéssemos agido dessa ou outra forma!
    Agora... só nos resta viver...olhar o bom e filtrar o bom!
    Beijos...ótimo te ver assim, produzindo textos maravilhosos dessa escritora que você tem aprisionado tanto!!

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