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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

O meu sentir...


 Os dias parecem todos iguais. 
Não estás bem em lado nenhum, com ninguém. 
Apetece fazer mil coisas ao mesmo tempo que decides não fazer nada. 
Sentes -te invisível. 
Com uma dor que ninguém vê, mas que te trespassa o peito. 
Olhas à volta e questionas-te sobre tudo e todos. 
Estar sozinha é a tua maior paz. 
Ao mesmo tempo que sentes falta de alguém. 
Tempos estranhos estes. 
De lutar contra o que sentes em prol do que achas que precisas. 
Os dias são de sol e, ainda assim, não deixam de ser cinzentos... 
Nas coisas que sentes e não querias sentir. 
No acolher desse turbilhão de sentimentos que engavetaste durante tempo demais e agora te atingiu com a força máxima. 
No silêncio que precisas para te ouvir, mas que te faz sentir sozinha. 
Nos gatilhos que aparecem do nada e te levam para lugares escuros de onde pensavas já teres saído há muito. 
Dizes a toda a gente que estás bem. 
É mais fácil assim. 
Foi o que aprendeste a fazer para não incomodar. 
Mas hoje sabes que, um "está tudo bem?" também é preciso. 
Hoje sabes que, talvez, antes de ter dado tanto aos outros, devias ter cuidado de ti primeiro. 
A sensação é de alma sugada. 
De vazio. 
De que ninguém te vê. 
E, uma vez mais, vais ter que te virar sozinha. 
Vais ter continuar a fingir que estás bem. 
Porque, afinal, tu és forte, tens sentimentos, já aguentaste demais... 
Mas nunca ninguém se vai lembrar disso. 
És tu contra o mundo. 
Outra vez. 
Sempre assim... 


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