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segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Amanhã...



Amanhã faço aquilo que o hoje não deixou. 
Arranco-te de mim, rasgo-te em pedaços, piso-te, estrago-te e atiro-te para o lixo, amarrado com fios e arames e colado, peliculado, tudo o que for preciso para te conseguir esquecer. Amanhã. 
Amanhã apago o teu nome dos meus diários, ou rasgo as páginas, ou posso até queimá-los! 
Rasgo e queimo as páginas uma a uma e fico ali, a vê-las arder e vendo morrer a chama vermelha, potente e destemida até apenas sobrar uma casca negra e encarquilhada que o vento vem estragar, talvez perceba o quanto fomos nada e que nada mais há a fazer ou a esperar. Amanhã. 
É amanhã que te esqueço, que te apago, que te tiro de mim. 
Amanhã bem cedo, ainda antes do sol nascer, para começar o dia a sorrir sem o teu peso no meu coração. 
Amanhã...
Amanhã que hoje ainda tenho medo. 
Não de te esquecer. 
Mas de não ser capaz.

2 comentários:

  1. Se fosse assim tão fácil...
    Há pessoas que teimam em habitar em nós, sem a nossa autorização.

    Beijo

    Z

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    Respostas
    1. Verdade... mas pelo menos temos de tentar, para bem da nossa sanidade mental.
      beijos

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