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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Hoje é assim... na terceira pessoa...





Acordou na mesma cama de sempre com a mesma sensação de sempre: 
o vazio. 
Ficou à espera como sempre esperava. 
Não sabia porque esperava e por o que esperava. 
Limitava-se a ficar. 
A existir. 
A sobreviver ao passar dos dias sem que tivesse um qualquer plano para a sua vida. 
Não havia sonhos.
 Não havia objectivos.
 Não havia nada para além do corpo. 
O corpo vazio de amor, vazio de compaixão, vazio de esperança. 
Perdia-se cada vez mais dela a cada dia que nascia lá fora numa contradição que lhe assolava a alma. 
Era enorme o vazio que lhe consumia o corpo, era esmagador o aperto que sentia no coração. 
Já não aguentava mais. 
Já não suportava mais. 
A solidão é tão só que lhe esmaga a alma. 
A solidão é tão só que  aprisiona o corpo, que a mata sem quererer morrer.

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