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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Coisas que leio por aí...

O problema de estarmos muito tempo sozinhos é que acabamos por nos esquecer como é voltar a estar com alguém.
O problema de estarmos muito tempo sem nos apaixonarmos é que corremos o risco de já não sabermos como é que isso se faz. Ou como se sente. Ou se o que se sente é suficiente.
Acreditamos – ou fizeram-nos acreditar – que o ser humano assenta, essencialmente, a sua existência na procura de um par. Na procura de alguém que, à nossa semelhança, também nos procura. Acreditamos – ou queremos muito acreditar – que só atingimos a plenitude da felicidade quando encontramos a nossa outra metade. Mesmo que já sejamos inteiros. Acreditamos que só assim ficamos completos.
O problema é que isto não acontece quando queremos; quando desejamos; quando [des]esperamos. O problema é que neste intervalo; neste hiato de tempo entre um coração cheio de vida e um vazio cheio de nada, o problema é que temos de viver. E, tantas vezes, sobreviver.
E o problema é que conseguimos.
Somos exímios em reinventar-mo-nos. Em ajustar-mo-nos. Voltamos a respirar sozinhos, voltamos a sorrir sem ser para alguém e voltamos a pormo-nos em primeiro lugar. E conseguimos. Acabamos sempre por conseguir.
O problema é que mesmo que passemos a maior parte dos nossos dias a desejar – muitas vezes em surdina – que nos apareça alguém que ocupe o lugar vazio na mesa ou que nos aqueça o outro lado da cama – que teima em manter-se tão fria – o problema é que começamos a gostar, verdadeiramente, da única companhia que nunca nos abandona. A nossa.
O amor teima em chegar devagarinho.
Vem, normalmente, acompanhado de um sussurro, de um sorriso fora de horas ou de um olhar não previsto.
E antes de ser amor? É o quê?
É desejo?
É paixão?
É [só] entusiasmo?
É pura tesão?
Há quem lhe resista, há quem entre em negação, há quem se entregue e também há quem não.
Antes de ser amor, pode ser tudo.
Pode ser o que quisermos.
Pode assumir tantas formas.
Tantos sabores.
Pode ser leve.
Pode virar dor.
O problema de estarmos muito tempo sem amar é que tivemos de passar tempo demais a aprender a não gostar. A não querer. A não desejar. A não ter.
O problema é que voltar a amar dá medo.
Medo de falhar,
de entregar.
Medo de voltar a chorar.
Medo de gostar.
O problema é termos de deixar de amar.
O problema é se isto não é amor.
Porque no dia em que for amor, deixa de ser um problema...

8 comentários:

  1. Viver com medo não é viver!
    Será talvez apenas sobreviver!
    Será talvez apenas respirar e nada mais!
    Sem medo não há superação!
    Vai!
    Sempre!

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  2. O amor faz doer. Belas e profundas palavras.

    Beijo doce
    Visita-nos.

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  3. De fato.... mas por que se preocupar tanto????
    Se não for amor logo logo se sabe!!!

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  4. No dia em que for amor é que começa a ser um problema. Palavra de Patife. ;)

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